Já imaginou estar a caminho da escola e ser surpreendido por um vôo rasante do animal abaixo? Calma! Ele viveu há mais de 65 milhões de anos e hoje é objeto de admiração no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Veja a reportagem retirada do site da Academia Brasileira de Ciências.
Grupo de pesquisa coordenado por Acadêmico descobre fósseis de pterossauro brasileiro
O Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) organizou, no dia 20 de março de 2013, uma coletiva de imprensa para apresentar o maior fóssil de pterossauro já encontrado no hemisfério sul. O réptil voador, cuja abertura alar media cerca de 8,5 metros, teve seu fóssil descoberto em escavações de pesquisadores brasileiros na Chapada do Araripe, que se localiza na divisa entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí.
A ordem dos pterossauros foi extinta, juntamente com a maioria dos demais dinossauros, no final do período cretáceo, algo em torno de 65 milhões de anos atrás. Segundo o Acadêmico Alexander Kellner, editor dos Anais da ABC e um dos arqueólogos envolvidos na descoberta, é muito grande a dificuldade encontrada pelos pesquisadores em resolver quaisquer questões envolvendo esses animais. "Eles não eram diferentes apenas entre si. Eram também diferentes de tudo aquilo que existe hoje em dia", afirmou o organizador da coletiva, ressaltando também o pequeno número de depósitos com fósseis bem preservados do grupo. A Formação Romualdo, parte da Chapada do Araripe, é uma clara exceção à regra. Definida pelo paleontólogo e Membro Titular da ABC Diogenes de Almeida Campos como "um dos mais importantes depósitos fossilíferos do Brasil", os fósseis lá encontrados apresentavam pouca ou nenhuma distorção. O chefe do Museu de Ciências da Terra - cujo acervo agora se encontra sob a responsabilidade da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e não mais do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) - realizou uma rápida contextualização sobre a região, que também abriga a primeira floresta nacional do Brasil, a Floresta Nacional de Araripe.
Importantes componentes faunísticos
A equipe de paleontólogos, composta por três grupos de estudiosos de diferentes instituições brasileiras, contou com financiamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). O Acadêmico Jerson Lima, diretor científico da FAPERJ, estava presente na coletiva.
O Acadêmico Jerson Lima ao lado de Cláudia Carvalho, diretora do Museu Nacional da UFRJ
Lugar de fóssil é no museu
Durante as falas, também foi ressaltada a importância do ensino como meio de preservação do patrimônio brasileiro. Campos - ex-professor de Kellner, o qual, por sua vez, já deu aulas para Rodrigues - afirmou que a maneira mais efetiva de proteção não só dos fósseis, mas do patrimônio paleontológico brasileiro como um todo, é a criação de competências em áreas específicas. "Nesse sentido, nós procuramos, desde o início, criar competência local. Realizamos inúmeras palestras em escolas da região da Chapada do Araripe e buscamos, em seguida, criar pequenos museus", contou. Um bem sucedido exemplo foi o Museu de Paleontologia de Santana do Cariri, que, sob responsabilidade da Universidade Regional do Cariri, conta com uma visitação acima do número de pessoas que vive no município e dispõe de um notável acervo de fósseis do Araripe.
Exposição das descobertas
Para ler o estudo na íntegra, confira a publicação dos Anais da Academia Brasileira de Ciências da semana e, para saber mais informações sobre descobertas da paleontologia, acesse a coluna Caçadores de Fósseis (http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/cacadores-de-fosseis).
Além disso, a partir do dia 22 de março de 2013, a sala de Paleontologia do Museu Nacional da UFRJ exibirá os exemplares descobertos. O visitante poderá não só conhecer peças originais e réplicas de diferentes pterossauros do mundo, mas também participar de uma atividade interativa de simulação do voo desses animais alados. Para mais informações, clique aqui.
(Ana Siqueira, Academia Brasileira de Ciências)
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