O texto a seguir apresenta um breve histórico sobre as variações do conceito de Moda.
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Moda é expressão do comportamento. Os pesquisadores que se dedicam ao assunto divergem quanto a conceitos e a definições. Mas, esse debate pode ser deixado de lado para tratarmos o que interessa: moda é expressão do comportamento. A cultura humana, desde as primeiras civilizações, fez uso da imagem para distinguir. Os egípcios antigos identificavam o faraó e seus familiares pelas roupas, ornamentos e formas de cabelo que usavam.
Da mesma maneira, gregos e romanos, no
mundo antigo, e o clero no período medieval se diferenciavam do restante da
sociedade por traços simbólicos correntes no modo de vida que levavam. Esse
quadro não se alterou até o surgimento do Estado Moderno, no século XV. A
partir de então, a cultura do renascimento ofereceu o primeiro elemento que
caracteriza a noção moderna de moda: o indivíduo.
Outro aspecto marcante que permaneceu
até o período moderno é a visão não sexista. Ou seja, a roupa era feita tanto
para homens quanto para mulheres. A partir de então, cada vez mais o vestuário
foi se separando de acordo com o sexo. Tinha início, assim, a competição entre
os gêneros.
No século XVIII, a moda feminina se
caracterizava pela expressão do cúmulo da beleza do artifício. De acordo com
Lipovetsky (1989), a nobreza absolutista circulava pelos salões a fim de
demonstrar poder e riqueza. Segundo Fukai (2004) os vestidos eram tratados como
se fossem construções arquitetônicas realizadas sobre tela. Atrair olhares
reais poderia render benefícios e vantagens para as famílias.
Essa expressão se fazia presente também
na caracterização dos penteados. Se, no mundo antigo, os cabelos eram símbolos
de distinção social, a partir do século XVIII, eles se tornaram objeto de
atração e competição. Na França, a vitória da fragata La Belle Poule, em 1778, inspirou novos estilos de penteados. As
mulheres circulavam com miniaturas da embarcação na cabeça[i].
Na segunda metade do século XIX, as
elites brasileiras aguardavam a chegada das tendências europeias. No Brasil, a
prática de confeccionar vestidos a partir de moldes de revistas estrangeiras
foi muito comum. Segundo Souza (1950), esse hábito contribuiu para o surgimento
de seções em jornais e revistas especializadas voltadas para o público feminino[ii].
A referência europeia esteve presente
por muito tempo no Brasil, inclusive, nos trabalhos de renomados modelistas. No
final dos anos 50, do século XX, essa tradição foi subtraída. A instalação de
um ateliê em Ipanema, bairro refinado do Rio de Janeiro, alimentava a clientela
com vestidos inspirados na cultura brasileira. Conforme lembra Lima (2008),
Zuzu Angel transgrediu a concepção de moda.
Atualmente, falar em moda é se referir a
um fenômeno que envolve grandes eventos e personalidades renomadas. Hoje, o
cenário é múltiplo. Paris não é exclusividade. Nova Iorque, Tókio e, mesmo, São
Paulo são cidades bastante atrativas. Portanto, acompanhar esse segmento é
essencial para manter-se atualizado nas tendências de roupas, comportamento,
maquiagem, acessórios e cabelos.
[i]
Instituto le La Indumentária de Kioto. Moda:
desde el siglo XVIII AL siglo XX. Taschen: Madri, pp, 34. 2004.
[ii]
Gilda de Mello e Souza produziu, em 1950, um belo livro sobre moda no século XIX.
O desprendimento das interpretações acadêmicas e a recorrência aos testemunhos
de cronistas e romancistas tornaram essa obra uma referência para os
interessados no assunto.
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