quinta-feira, 8 de agosto de 2013

História da Moda


O texto a seguir apresenta um breve histórico sobre as variações do conceito de Moda.
Aproveite e comente!

Moda é expressão do comportamento. Os pesquisadores que se dedicam ao assunto divergem quanto a conceitos e a definições. Mas, esse debate pode ser deixado de lado para tratarmos o que interessa: moda é expressão do comportamento. A cultura humana, desde as primeiras civilizações, fez uso da imagem para distinguir. Os egípcios antigos identificavam o faraó e seus familiares pelas roupas, ornamentos e formas de cabelo que usavam.

Da mesma maneira, gregos e romanos, no mundo antigo, e o clero no período medieval se diferenciavam do restante da sociedade por traços simbólicos correntes no modo de vida que levavam. Esse quadro não se alterou até o surgimento do Estado Moderno, no século XV. A partir de então, a cultura do renascimento ofereceu o primeiro elemento que caracteriza a noção moderna de moda: o indivíduo.

Outro aspecto marcante que permaneceu até o período moderno é a visão não sexista. Ou seja, a roupa era feita tanto para homens quanto para mulheres. A partir de então, cada vez mais o vestuário foi se separando de acordo com o sexo. Tinha início, assim, a competição entre os gêneros.

No século XVIII, a moda feminina se caracterizava pela expressão do cúmulo da beleza do artifício. De acordo com Lipovetsky (1989), a nobreza absolutista circulava pelos salões a fim de demonstrar poder e riqueza. Segundo Fukai (2004) os vestidos eram tratados como se fossem construções arquitetônicas realizadas sobre tela. Atrair olhares reais poderia render benefícios e vantagens para as famílias.

Essa expressão se fazia presente também na caracterização dos penteados. Se, no mundo antigo, os cabelos eram símbolos de distinção social, a partir do século XVIII, eles se tornaram objeto de atração e competição. Na França, a vitória da fragata La Belle Poule, em 1778, inspirou novos estilos de penteados. As mulheres circulavam com miniaturas da embarcação na cabeça[i].

Na segunda metade do século XIX, as elites brasileiras aguardavam a chegada das tendências europeias. No Brasil, a prática de confeccionar vestidos a partir de moldes de revistas estrangeiras foi muito comum. Segundo Souza (1950), esse hábito contribuiu para o surgimento de seções em jornais e revistas especializadas voltadas para o público feminino[ii].

A referência europeia esteve presente por muito tempo no Brasil, inclusive, nos trabalhos de renomados modelistas. No final dos anos 50, do século XX, essa tradição foi subtraída. A instalação de um ateliê em Ipanema, bairro refinado do Rio de Janeiro, alimentava a clientela com vestidos inspirados na cultura brasileira. Conforme lembra Lima (2008), Zuzu Angel transgrediu a concepção de moda.

Atualmente, falar em moda é se referir a um fenômeno que envolve grandes eventos e personalidades renomadas. Hoje, o cenário é múltiplo. Paris não é exclusividade. Nova Iorque, Tókio e, mesmo, São Paulo são cidades bastante atrativas. Portanto, acompanhar esse segmento é essencial para manter-se atualizado nas tendências de roupas, comportamento, maquiagem, acessórios e cabelos.



[i] Instituto le La Indumentária de Kioto. Moda: desde el siglo XVIII AL siglo XX. Taschen: Madri, pp, 34. 2004.
[ii] Gilda de Mello e Souza produziu, em 1950, um belo livro sobre moda no século XIX. O desprendimento das interpretações acadêmicas e a recorrência aos testemunhos de cronistas e romancistas tornaram essa obra uma referência para os interessados no assunto.

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